Enfarte: risco é maior em jovens? - Diersmann

O que está acontecendo

Enfarte: risco é maior em jovens?

Jovens também enfartam. E engana-se quem acha que não. Episódios com pessoas mais novas são cada vez mais frequentes. É necessário, porém, estudos científicos para entendê-los melhor. “O estresse das grandes cidades, a competitividade cada vez maior, o tabagismo, a poluição e a obesidade talvez sejam alguns fatores”, afirma o cardiologista Eduardo Mesquita de Oliveira.

Enfartar, então, com menos de 40 anos é mais perigoso? A questão divide os médicos. Há os que defendam que sim, uma vez que o coração não está “adaptado”, como nos idosos. “A circulação colateral dos idosos é mais desenvolvida e isso protege o músculo cardíaco. O idoso também tem mais consciência de qualquer alteração no seu organismo e procura um médico mais rápido”, diz Oliveira.

Outros são mais cautelosos, como Fábio Gazelato, também cardiologista. De acordo com ele, tudo “depende do ponto de vista”. “Se considerarmos o risco acumulado nos próximos anos, podemos dizer que o enfarte e​m jovens possui um prognóstico pior, pois a expectativa de vida é mais longa comparado aos idosos. Por outro lado, algumas informações mostram que o infarto em jovens possui algumas características de maior benignidade”. Pesa a favor dos mais jovens, segundo o dr. Gazelato, a capacidade e possibilidade de recuperação.

A mortalidade durante a hospitalização do infarto em jovens é menor comparada com as pessoas mais velhas (em jovens esse valor é de 0 a 4%. Em contrapartida a mortalidade em pessoas com mais de 70 anos que enfartam é de aproximadamente 21%); as lesões coronarianas são menos complexas nos infartos em jovens (maior proporção de infarto sem a presença de placas coronarianas ou com menor quantidade de vasos comprometidos) e a sobrevida a longo prazo também é diferente. Em sete anos a sobrevida em homens mais velhos foi de 75% – e 84% em pessoas mais jovens.

 

Outras causas

Além das possíveis causas já citadas, que carecem de confirmação, o infarto entre os jovens pode ter relação com a ingestão de drogas, espasmo coronariano etc. “A presença de uma Lipoproteina A Positiva dosada no sangue também favorece a aterosclerose coronariana precoce e o infarto. O antecedente familiar de infarto precoce na família (antes dos 40 anos) também aumenta muito a chance”, explica o Oliveira.

 

Sintomas diferentes?

Basicamente os sintomas sãos os mesmos: dores no peito, no pescoço, nas costas ou nos braços, fadiga, atordoamento, arritmia cardíaca e ansiedade. Mulheres costumam ter mais chances de apresentar sintomas atípicos do que os homens. Além disso, idosos podem apresentar alguns sinais específicos, como dor na região do estomago, cansaço progressivo, dor mandibular, mal-estar indefinido e até assintomático.

 

Fonte: Dr. Fabio Gazelato de Mello Franco, Dr. Eduardo Mesquita Oliveira e Dra. Thalita Merluzzi – Cardiologistas

 

Receba nossa newsletter
Clique aqui que ligamos para você